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Amazonas: muito além dos contos...

Arthur Tótoli

O Brasil, como todos sabemos, é um país rico em muitas coisas e uma delas é na quantidade e na qualidade da sua cultura. O “Brasil em prosa e verso” chega ao estado do Amazonas, o maior estado brasileiro quando o assunto é território: são 1.599.161.682 km², o que o equipara ao tamanho de quatro países somados, sendo eles França, Espanha, Suécia e Grécia.

 

No estado inteiro do Amazonas, de acordo com dados do IBGE, existem 62 municípios com uma população estimada em quase 3 milhões e meio de pessoas, sendo que, desse total, apenas cerca de 730 mil vivem na zona rural. O estado possui o maior rio do mundo, de mesmo nome, que é internacionalmente conhecido, além de ter 98% de sua cobertura florestal preservada. É lá também que encontram os pontos mais elevados do Brasil: o Pico da Neblina, com 3.014 metros de altitude, e o pico 31 de Março, com 2.992 metros de altitude, ambos na fronteira.

 

Em termos culturais, a Amazônia comporta uma diversidade que surpreende até mesmo os próprios habitantes, começando pela sua formação étnica: a base indígena sofreu influências africanas e europeias, sobretudo, de portugueses e espanhóis. Existem as manifestações culturais por todo o estado, como o ritual da Moça Nova que acontece no alto do rio Solimões, o Festival Amazonas de Ópera, apresentado no Teatro Amazonas, na capital do estado, e o carnaval de rua.

 

Além disso, outra forma de cultura amazonense está no artesanato, no qual as matérias-primas extraídas de maneira sustentável da Floresta Amazônica são transformados em vários objetos decorativos e utilitários como, por exemplo, as cestas de fibra de arumã do alto rio Negro, e, ainda, acessórios de uso pessoal como pulseiras, colares e anéis confeccionados com sementes de jarina.

 

E entre tanta cultura, pessoas, fauna e flora encontramos um escritor que usa todo o ambiente amazonense ao seu favor, ambiente que lhe inspira a escrever suas poesias e ter até um livro de contos pronto para a publicação. Ele é Kenedi Santos Azevedo, natural de Parintins. Cursou Letras na Universidade Federal do Amazonas, onde também ministrou Literatura Brasileira e Portuguesa, e tem mestrado em Literatura Portuguesa. Kenedi escreveu o livro “Signos de um memorial” e alguns contos em coletâneas, além de ensaios críticos sobre as Literaturas de Língua Oficial Portuguesa.

 

Para ele, a literatura amazonense estava estagnada, mas vem ressurgindo ultimamente graças à alguns fatores. “A literatura produzida no Amazonas ficou por muito tempo insulada na própria visão provinciana que se tinha há pouco tempo, de tudo. O Clube da Madrugada parece ter acabado com o marasmo quase crônico pelo qual passava a arte de um modo geral na região. Havia quem produzisse, mas não quem consumisse, daí o papel importante da editora Valer ao resgatar muitas obras valiosas dos principais escritores do estado”, explica. “É o começo de uma nova fase: a da crítica literária acerca dos trabalhos dos escritores que tinham, muitas vezes, sido esquecidos ou passaram despercebido pelo olhar clínico do apreciador da bia literatura”, avalia.

 

Kenedi ainda ressalta que a literatura, antes vista com regional, está chegando até outros países e existem vários personagens importantes e que são reconhecidos. “A literatura parece ganhar fôlego bastante para chegar a outros países. Como exemplos, temos o Milton Hatoum e o Márcio Souza, além do Thiago de Mello, mesmo que esses nomes não sejam os únicos representantes da literatura que se produz no Amazonas, muito pelo contrário. Temos grandes nomes, dos quais posso citar: Astrid Cabral, Luís Bacellar, Elson Farias, Arthur Engrácio, Benjamin Sanches, Zemaria Pinto... São muitos e com produções surpreendentes”, lembra.

 

Além de escrever seus contos, Kenedi também administra uma página do Facebook chamada “Poesia e Prosa do Amazonas” por meio da qual busca mostrar o que há de melhor na literatura do maior estado brasileiro. Ele acredita que a internet tem, entre várias utilidades, a de ser meio de difusão da literatura, ajudando a espalhar cultura pela Brasil. “Pensando dessa forma, acredito que a internet e suas múltiplas plataformas contribuem de maneira satisfatória na propagação da arte. Claro que há muita coisa de gosto duvidoso, mas o importante é o contato com o novo, com o desconhecido. Hoje, qualquer pessoa pode conhecer, por um clique, toda uma gama informações referente a qualquer assunto possível”, finaliza Kenedi.

 

 

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