top of page

Novos escritores pernambucanos mantêm vivo o amor pelo conto e pelo romance

Poliany Mota

Arquivo pessoal

Além de encantar as pessoas com as lindas paisagens como o arquipélago de Fernando de Noronha, com o frevo, Pernambuco também é berço de grandes autores da literatura brasileira como João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Nelson Falcão Rodrigues e Paulo Freire. A paixão do estado pela literatura tem se renovado ano após ano.

 

Bruno Liberal e Lucas Chagas são exemplos disso. Formado em economia pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bruno divide seu tempo entre os números e as palavras. Aos 34 anos, ele já tem três livros convencionais e um cartonero (livro artesanal com capa de papelão) publicados, Sobre o Tempo, Olho morto amarelo, O contrário de B e Juro por Deus que é um final feliz, este último artesanal. “Enquanto fazia a faculdade de economia comecei a devorar os livros de ficção da biblioteca. Lia muito e, naturalmente, as palavras começaram a   surgir como uma forma de me 

expressar. Achei o território do conto mais adequado e escrevi alguns. Nessa época lia muito Dostoievski, Franz Kafka, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e José Saramago”, contou Bruno.

 

Em 2013, Bruno venceu o I Prêmio Pernambuco de Literatura com o livro Olho morto amarelo. “O prêmio me jogou no mundo literário. A partir daí tudo mudou. Fui inserido dentro do cenário da literatura pernambucana de forma muito abrupta. De uma hora para outra comecei a ser reconhecido como escritor. Isso abriu muitas portas e possibilitou outras publicações”, lembrou o autor.

 

Mesmo com todo o sucesso como escritor e conhecimento como leitor, Bruno diz que ainda se sente um intruso ao falar sobre literatura. “Continuo com um sentimento esquisito ao falar sobre literatura. Gosto mesmo é de ler e escrever ficção. Teorizar sobre a escrita é ofício para outros companheiros”, concluiu o morador de Petrolina.

Arquivo  pessoal

Já na capital do estado, Recife, entre os mais de 1,5 milhão de habitantes está Lucas Chagas. O jovem de 26 anos é mais um dos escritores da nova geração. Ele tem um romance impresso e em formato de e-book publicado. Segundo Lucas, ele escreve desde os dez anos de idade. “Eu tinha um caderno onde escrevia histórias, ou mudava o final das que eu conhecia. Escrevi meu primeiro livro de ficção, porém, não publiquei. Eu nunca decidi escrever ou virar escritor. Apenas tinha vontade de escrever e escrevia. Passei um bom tempo escrevendo uns papéis e decidi usar tudo que escrevi no meu último livro, A Ideia”. Assim como Bruno, Lucas também teve como inspiração Franz Kafka. O jovem também é admirador de Clarice Lispector e Gustave Flaubert.

bottom of page