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Caminhos que andam

Leiliane Gabriela

A escritora Katia Maia Flores passou por vários arquivos do Brasil e de Portugal em busca de rastros históricos que trazem a origem do povo de Tocantins, com o objetivo de chamar a atenção para a importância do rio Tocantins como artéria para o Tocantins e para o Brasil. Ela conseguiu encontrar dados com valores indispensáveis para compreender a formação da região com culturas e traços geográficos próprios. Kátia também é professora e doutorou-se em história pela UFMG com a tese “Caminhos que andam: a navegação fluvial no interior do Brasil”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ela observa que a escolha do tema do doutoramento surgiu bem antes do início do curso, quando começou a construção da Usina Luís Eduardo Magalhães, no Rio Tocantins, que apontava profundas transformações que afetariam o rio. “Naquele momento, o tema apareceu como algo bastante inovador, pioneiro e, dez anos depois, ainda guarda esse ineditismo”, afirma. Em sua pesquisa, que resultou na publicação do livro, Katia conseguiu descobrir que a história de Tocantins está ligada ao Rio Tocantins.

 

A obra enfoca a importância do Rio Tocantins dentro de uma geopolítica territorial: ele era o canal pelo qual transitava toda a logística da região, comunicando-se também com as demais regiões do Brasil e com o mundo. “Quanto mais avanço em minhas pesquisas, mais percebo na documentação a presença do Rio Tocantins como fundamental dentro da geopolítica territorial ibero-americana. Mais tarde, a construção de uma política territorial de Nação, também tinha o Rio, Tocantins e sua navegação como estratégicos”, explica.

 

Para os índios, o rio continha lendas, histórias e encantamentos, e trouxe oportunidades e possibilidades para conquistas, descobertas e explorações que guardam um certo tipo de mistério. O estudo, através de mergulhos no passado, leva a compreender os caminhos que transitam pelos sertões, pois o Rio Tocantins tem uma importância estratégica no interior do Brasil. A relação do homem com o rio passou por mudanças, mas o modo de vida continua a tê-lo como um elemento central, já que ele é a base de sustentação, seja na produção de alimentos, já na construção. “O trabalho acadêmico é um ponto de partida, nunca um ponto de chegada”, ressalta Kátia. “Ele abre caminhos, é pioneiro, reúne ideias iniciais, bibliografias e fontes que podem ser relidas de várias outras formas”, finaliza a autora. 

Divulgação

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